DÍLI –A Diretora Nacional do Controlo de Doenças não Contagiosas do Ministério da Saúde (MS), Josefina Clara João, informou que, de acordo com um estudo global de 2019, Timor-Leste regista 31% das crianças com idade entre 13 e 15 anos que são fumadoras ativas.
A responsável recordou que o tabaco é um fator de risco para a saúde pública, já que contribui para a morte prematura.
O documento mostra também que 42% dos homens e 21% das mulheres timorenses consomem cigarros. Também mais de 67% de estudantes são fumadores passivos em casa e 71% nos locais públicos.
“Mais de sete milhões de pessoas morrem, anualmente, com doenças não contagiosas provocadas pelo tabaco. Mais de 70% dos homens são fumadores ativos e 31% são menores”, disse Josefina João, esta quarta-feira (04/08), no seu discurso no seminário “Aumento da Taxa do Tabaco”, no Hotel JL Vila, em Fatuhada.
A diretora lembrou ainda que, apesar de a lei número 14/2016 do controlo de tabaco proibir a venda de tabaco aos menores de 18 anos, os quiosques continuam a vendê-lo a um preço acessível, no qual, quatro cigarros são vendidos por 25 centavos.
“Colocámos já autocolantes de proibição de fumar nos locais públicos, transportes públicos e jardins, mas as pessoas continuam a fumar, porque as instituições relevantes não estão a reforçar as ações de informação sobre o perigo do tabagismo”, referiu.
Já o Diretor da Autoridade Nacional do Controlo de Tabaco (ANCT), Sancho Fernandes, lembrou que mais de oito milhões de pessoas no mundo morreram devido a doenças não contagiosas como diabetes, doenças cardiovasculares, derrames cerebrais, cancros e problemas respiratórios.
“As doenças não contagiosas são a causa principal da taxa de mortalidade em Timor-Leste de 45%. De acordo com o relatório dos especialistas, em 2018 mais de 350 pessoas sofreram de diabetes e 745 de doenças cardiovasculares.
Também se registaram, em média, dois casos de acidente vascular cerebral por dia”, contou.
O responsável revelou igualmente que, segundo o relatório da monitorização da Organização Mundial de Saúde (OMS), o país registou, entre 2016 e 2019, mais de 3300 pessoas que sofreram de doenças não contagiosas.
O dirigente explicou ainda que o tabaco contém mais de sete mil substâncias químicas. Porém, mais de metade da população timorense é fumadora e os menores têm facilidade de adquirir cigarros.
“Timor-Leste está, neste grupo, com índices mais elevados de consumo: 29% das mulheres, 71% dos homens e 56% da população fumam”, salientou.
“Por volta de 63% das crianças podem comprar tabaco nas lojas, supermercados, quiosques e vendedores ambulantes sem impedimento dos pais”, sublinhou.
Sancho Fernandes recordou, por fim, que o tabaco causa não só prejuízos à saúde, mas também à economia e à vida social. (res)
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