DÍLI (Timor Post) – O jurista Martinho Gusmão considera que o estado de emergência se transformou numa “emergência do Estado” devido à falta de orçamento para efetuar o pagamento aos trabalhadores na linha da frente e desenvolver o país.
“Apesar de o Governo declarar a renovação do estado de emergência e a imposição de confinamento obrigatório em Díli, alguns dos seus membros foram a festas nos municípios que estão sob cerca sanitária”, disse Martinho Gusmão, ao Timor Post, esta terça-feira (31/08), via telefone.
Segundo Martinho Gusmão, a substituição do Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak, pela sua vice para liderar a reunião do Conselho de Ministros mostra que o Governo é “incapaz”.
“A atual situação não se trata de um estado de emergência, mas de uma emergência do Estado. O Executivo já não se consegue sustentar a si próprio, quanto mais a outras pessoas. É como vermos o médico desmaiado antes de cuidar dos seus doentes”, afirmou.
O jurista defendeu ainda a necessidade de todos os líderes, designadamente o Chefe de Estado, o Primeiro-Ministro e o Presidente do Parlamento Nacional, cumprirem as medidas preventivas e de combate ao novo coronavírus.
“O Presidente da República mantém-se em silêncio até ao fim do seu mandato e o Presidente do Parlamento fala até estremecer. Quanto ao Chefe do Governo, mostra-se permanentemente triste. Já o Presidente do Tribunal de Recurso não sabe o que as bancadas do Governo e da oposição defendem”, frisou.
“Relativamente ao Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fidélis Leite Magalhães, não percebeu a função da vacina e limitou a circulação de pessoas já com vacinação completa. Além disso, o Dr. Rui e a Dra. Odete não sabem explicar a razão desta proibição”, acrescentou.
Recorde-se que o Reitor da Universidade da Paz (UNPAZ), Adolmando Soares Amaral, tinha também antes considerado o Governo incapaz de solucionar os problemas causados pela situação pandémica em Timor-Leste.
“O Executivo só é capaz de estender a cerca sanitária e confinamento obrigatório”, referiu.
O académico defende o reforço de ações de sensibilização das medidas preventivas à população, em vez de apertar as restrições, já que vão ter grande peso na economia.
“Não devíamos suspender as atividades económicas, letivas nem religiosas. O Executivo está a castigar a população com a sua incapacidade”, acusou.
Já o Ministro da Presidência do Conselho de Ministros (MPCM), Fidélis Leite Magalhães, defende que outros países elogiam as medidas de prevenção da covid-19 implementadas em Timor-Leste.
“Os países estrangeiros também renovam a cerca sanitária. Algumas pessoas pediram ao Governo que aprendesse com os outros países, mas, na realidade, são eles que precisam de aprender connosco”, concluiu. (jry)
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