DÍLI- A Fundadora da Organização Não Governamental Hamutuk Ita Ajuda Malu (HIAM Health), Rosália Martins da Cruz, apelou ao Governo que criasse condições para um aumento da produção de legumes, fruta e alimentos com proteína no país.
“Em Timor-Leste, alimentos como legumes, fruta e outros com proteínas são escassos e, por isso, o Governo deve aumentar a produção para que a população possa consumir estes produtos e viver de forma mais saudável”, pediu, esta sexta-feira (05/02), em Aimutin, Díli.
Para a responsável, é preocupante o reduzido consumo de alimentos ricos em proteína, dando como exemplos o feijão, feijão mungo, soja ou peixe fresco, apesar da extensa costa para a pesca.
“Apenas 2% da população consome peixe fresco. É difícil ter acesso a peixe. Tudo isto contribui para a má nutrição e outras doenças, que podem inclusivamente levar à morte ainda em idades jovens”, disse.
Rosária Martins da Cruz lembrou que a maioria dos timorenses não tem uma alimentação equilibrada, sendo também cada vez maior o consumo de alimentos processados.
“As pessoas que vivem nas áreas rurais tem diariamente acesso a alimentos nutritivos, mas faltam-lhes apenas conhecimentos para confecionarem as refeições. Nós que vivemos em Díli consumimos diariamente comida processada, o que é perigoso para a nossa saúde”, afirmou.
“Ninguém conhece os valores nutricionais do que come diariamente”, alertou, acrescentando ser um problema transversal a diversos grupos socioeconómicos, das famílias mais carenciadas àquelas com melhores condições financeiras.
A dirigente criticou também o Governo pela ausência de um plano de distribuição dos alimentos produzidos no país.
Recorde-se que os dados disponíveis sobre a nutrição em Timor-Leste revelam carências preocupantes.
O Índice Global da Fome (IGF), que mede e monitoriza a fome a nível global, regional e nacional, colocava, em 2020, Timor-Leste na segunda pior posição do ranking – no 106.º lugar entre os 107 países com dados disponíveis. De acordo com o relatório, em 2020, a prevalência da subnutrição era no país de 30,9% e a percentagem de nanismo atingia os 51,2%.
Já mais recentemente o relatório “Análise Regional da Ásia e Pacífico sobre Segurança Alimentar e Nutrição 2020: Dietas Maternais e Infantis no Centro da Melhoria da Nutrição”, elaborado por diferentes agências das Nações Unidas e divulgado em janeiro, dava conta de valores mais graves. Segundo o documento, a prevalência de má nutrição é de 40%, o terceiro pior valor na Ásia. (isa)
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