O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse hoje que um dos objetivos nos seis meses de mandato que lhe restam é o de “estreitar” as relações da organização com a União Europeia.
“O que queria nestes últimos seis meses é aproveitar a presidência portuguesa [do Conselho] da União Europeia para poder vir a estreitar as relações da UE com a CPLP”, afirmou o embaixador Francisco Ribeiro Telles em entrevista à Lusa, dois anos após ter tomado posse no cargo, a 15 de dezembro de 2018.
Segundo Ribeiro Telles, “existe a vontade da União Europeia, existe a vontade da CPLP [de estreitarem relações].
“A UE está cada vez mais interessada em ter um foco significativo em África, e esse foco também pode passar pela CPLP”, comentou.
Assim, defendeu: “Podemos passar a ter uma relação institucional com a União Europeia”, que seria “útil” para a UE” e “seria muito útil para a CPLP” em termos de cooperação.
Aliás, um dos objetivos traçados por Ribeiro Telles no início do seu mandato foi a aproximação da CPLP a outras organizações internacionais.
Numa entrevista à Lusa, ainda antes de tomar posse como secretário-executivo, há dois anos, o diplomata português afirmou: “A minha ideia era estabelecer parcerias com organizações mais regionais que possam ser úteis à CPLP. E falo nomeadamente da União Europeia e do BAD – Banco Africano de Desenvolvimento e levar a CPLP a concorrer a projetos internacionais para os quais a União Europeia e o BAD dão contribuições financeiras”.
Agora, o responsável recordou que a CPLP assinou, “ainda este ano, um memorando para uma cooperação futura com a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico]” e tem hoje “uma relação cada vez mais estreita com a SEGIB [Secretaria Geral Ibero-americana], ou seja, com os países da América Latina”, bem como com a OEI — Organização dos Estados Ibero-Americanos.
A OEI já é observador associado da CPLP e o bloco lusófono avança agora com o processo para ser observador consultivo da OEI, um projeto que já contou com a luz verde do Comité de Concertação Permanente da CPLP (reunião dos embaixadores que representam os nove Estados-membros da organização em Lisboa)
Ribeiro Telles considerou a parceria com a SEGIB como “muito importante”, porque na CPLP há dois países que fazem parte daquela organização, o Brasil e Portugal, e “há países latino-americanos que já são observadores associados e outros que vão entrar, que também fazem parte da SEGIB”.
“Cada vez mais o mundo está interligado e o trabalho conjunto de organizações internacionais é muito importante”, frisou o diplomata.
Outro aspeto que destaca do trabalho realizado ao longo do seu mandato é a “aproximação cada vez maior” da CPLP aos cidadãos, com o projeto da mobilidade, com uma boa parte já aprovada no último Conselho de Ministros de quarta-feira.
“Um excelente trabalho da presidência de Cabo Verde. Acho que é um marco histórico”, se o texto final for aprovado na cimeira de chefes de Estado e de Governo, em Luanda, sublinhou.
Por último, realçou o crescente interesse internacional de outros países pela CPLP, referindo-se aos Estados que nos últimos dois anos entregaram manifestações de interesse e já avançaram com processos de candidatura para serem observadores associados da organização.
“Com os Estados cujas candidaturas deverão ir à aprovação da cimeira de Luanda, a CPLP ficará com 31 países observadores associados”.
Hoje conta com 18 países observadores e uma organização, a OEI.
Isto acontece, defendeu, porque a CPLP “é uma organização única e insubstituível, presente nos quatro continentes e com um futuro à frente bastante importante”.
Do trabalho do secretariado-executivo, o embaixador lembrou ainda o facto de ter sido aprovado um novo acordo sede da CPLP no último Conselho de Ministros da passada quarta-feira, que permite à organização “ter direitos e deveres iguais aos de outras organizações internacionais” sediadas em Portugal, uma reivindicação há muito feita.
“Tudo isso são ganhos”, conclui, o diplomata.
O mandato de Francisco Ribeiro Telles à frente do secretariado-executivo da organização lusófona deveria terminar a 31 de dezembro deste ano, mas o responsável aceitou o pedido dos Estados-membros para o prolongar até julho de 2021.
Também a cimeira, que chegou a estar marcada para setembro passado, foi adiada para 2021, a pedido de Angola, Estado anfitrião, entre outros motivos, por causa da pandemia de covid-19.
Assim, em julho de 2021, Luanda deverá assumir a presidência da CPLP, até agora nas mãos de Cabo Verde, que também aceitou prolongar por mais um ano o seu mandato, e, ao mesmo tempo, deverá ser aprovado para o cargo de secretário-executivo o nome do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Zacarias da Costa, que assumirá funções a partir daí.
Integram a CPLP nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. (Visão)
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