Díli – O Presidente da Organização Não Governamental de Coligação para a Educação em Timor-Leste (TLCE, em inglês), Augusto Pires, disse que o subsídio de internet que será atribuído pelo Governo a estudantes e docentes para garantir o ensino a distância durante o estado de emergência se constitui como um grande problema.
O responsável lembrou que muitos alunos que vivem nas zonas remotas não têm acesso a eletricidade, pelo que “automaticamente, a internet não funcionará”.
Augusto Pires referiu ainda que o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura (MESCC) deve efetuar uma análise adequada das verbas de internet atribuídas a alunos e professores.
Segundo o presidente da TLCE, apenas entre 25% e 30% da população timorense tem acesso à internet, a maioria estudantes que vivem em Díli.
“A meu ver, apesar da atribuição ser uma das políticas do Governo, concordo com a declaração da Comissão G sobre a ineficiência do uso da internet. Devemos analisar bem, porque o orçamento alocado à internet é avultado. Todos os alunos deverão, por isso, ter acesso a ela”, afirmou Augusto Pires, em declarações aos jornalistas, no passado domingo (26/04).
O dirigente sublinhou igualmente que, além de não terem acesso eletricidade nem a internet, muitos alunos não a sabem usar.
Augusto Pires sugeriu, por isso, que o orçamento alocado pelo Executivo seja apenas destinado às instituições que já se prepararam para o ensino a distância.
Também o Reitor do Instituto Empresarial (IOB, em inglês), Augusto Soares, disse que, apesar de o Governo ter já definido orçamento para que todos os estudantes possam ter acesso à internet, é um problema para aqueles que se encontram atualmente a viver nas áreas rurais.
Augusto Soares mostra-se ainda preocupado com a velocidade da internet, visto que é muito difícil o acesso em Timor-Leste.
“Não confio na rede de internet deste país. É dificílimo o acesso. Não tenho a mínima ideia de que operadora de telecomunicações sugerir aos nossos alunos e professores”, afirmou.
O Reitor do IOB salientou, de igual modo, a necessidade de o Governo olhar para a questão e garantir, desta forma, o acesso de todos.
“O ensino a distância está agora a decorrer. Os docentes são pagos pelas universidades, sobretudo nas privadas. Os salários dos professores dependem também dos estudantes. Devemos, por isso, olhar para as duas partes”, concluiu. (ono)
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