O Índice Global da Fome (IGF), que mede e monitoriza a fome a nível global, regional e nacional, coloca Timor-Leste na segunda pior posição do ranking – no 106.º lugar entre os 107 países com dados disponíveis.
Timor-Leste encontra-se nas três piores posições do ranking, antes do Chade e depois de Madagáscar. Está entre os 11 países onde a fome é considerada “alarmante”, grupo de que também fazem parte o Burundi, Comores, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Síria, Somália, Sudão do Sul e Iémen.
O IGF é calculado com base em quatro indicadores – a desnutrição, crianças com menos de cinco anos com baixo peso, baixa estatura ou nanismo e mortalidade infantil nesta faixa etária.
Numa escala que vai até os 100 pontos, Timor-Leste obteve uma pontuação de 37,6 em 2020, o que o coloca numa situação alarmante, o segundo pior nível da escala. A fome piorou em relação em 2012, ano em que reportou um valor de 36,2, mas é melhor do que em 2006, em que se registavam 46,1 pontos.
Em 2020, a prevalência da má nutrição é em Timor-Leste de 30,9% e a percentagem de nanismo atinge os 51,2%
Segundo o IGF, diversos fatores contribuem para a insegurança alimentar crónica em Timor-Leste. Um desses aspetos é a baixa produtividade. São também apontadas a alimentação inadequada, tanto em termos de qualidade como de quantidade, e a dependência de estratégias de subsistência únicas e de baixo valor.
Outros fatores assinalados são as precárias infraestruturas básicas de saneamento, água potável, estradas, irrigação, escolas e saúde, assim como o nível de capital financeiro e humano do país.
Por último, os perigos e riscos climáticos contribuem também para esta situação alarmante de fome.
Segundo o relatório, aproximadamente 690 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de desnutrição. Têm problemas de crescimento 144 milhões de crianças e 47 milhões têm um peso muito abaixo do ideal. Em 2018, antes de completarem os cinco anos, 5,3 milhões de crianças morreram, frequentemente devido à desnutrição.
O problema da subnutrição é crónico em Timor-Leste. Segundo dados da Pesquisa de Saúde e Demográfica de 2016, revelados pela Ministra da Saúde, Odete Belo, na cerimónia de adesão do país ao Movimento Global para a Melhoria da Nutrição, menos de 50% dos bebés timorenses são amamentados e apenas 13% das crianças e jovens entre os 6 e os 23 anos seguem uma dieta recomendada. Já 27% das mulheres entre os 15 e os 49 anos sofrem de desnutrição e 23% nas mesmas faixas etárias de anemia.
A ministra reconheceu que estes problemas são provocados pela falta de alimentos nutritivos para os bebés e as crianças, mas também de água e saneamento básico, de cobertura nas áreas da prevenção, promoção da saúde e de serviços de nutrição adequados.
Odete Belo destacou, contudo, os esforços do Ministério da Saúde na promoção de uma alimentação saudável, da amamentação materna e na distribuição de suplementos de vitamina A, ácido fólico, mas também de desparasitantes. Lembrou ainda o tratamento de pessoas com má nutrição aguda, moderada e grave e a observação do crescimento e a imunização das crianças e das mães.
A ministra acrescentou que o ministério está a desenvolver estratégias para melhorar a nutrição e a elaborar também uma segunda pesquisa relacionada com os alimentos nutritivos em Timor-Leste, que será em breve divulgada. (isa)
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