Díli (Timor Post)– O ex-Presidente da República timorense, Kayrala Xanana Gusmão, saudou a decisão do Tribunal de Recurso da Austrália ao autorizar o advogado Bernard Collaery a apresentar recurso contra as acusações da Procuradoria-Geral australiana.
Segundo Xanana Gusmão, a decisão do tribunal australiano deu razão a Collaery para se defender de novo em julgamento no Tribunal do Território da Capital da Austrália (ACT).
O ex-Primeiro-Ministro afirmou ainda que a deliberação da justiça australiana vai permitir retomar o processo judicial em relação às alegadas escutas ilegais por parte do Governo de Camberra, na sala do gabinete do Executivo timorense.
“Saúdo a decisão unânime do Tribunal de Recurso da Austrália de permitir que o advogado Bernard Coellary pudesse apresentar novo recurso. Terá, assim, a oportunidade, em sede próprio, de apresentar as suas justificações”, lê-se no comunicado de imprensa de Xanana Gusmão a que o Timor Post teve acesso.
O primeiro ex-Chefe de Estado timorense considerou que Bernard Collaery é um advogado experiente e injustamente acusado de desrespeitar a lei de segurança e inteligência australiana.
Em causa está, segundo Xanana, o facto de o advogado ter revelado a missão dos serviços secretos australianos durante as negociações sobre a receitas de petróleo e gás entre as duas nações vizinhas.
“O povo timorense agradece a coragem de Collaery e estará sempre pronto para o apoiar”, referiu.
Recorde-se que, em 2020, o juiz principal do ACT proibiu revelar em público as provas apresentadas no julgamento pelo advogado australiano.
Xanana acrescentou, por último, que a acusação da Procuradoria-Geral da Austrália a Collaery e ao seu cliente constitui um insulto para Timor-Leste, lembrando que em 2018, os governos timorense e australiano assinaram o tratado que define as fronteiras marítimas.
“A decisão do Tribunal de Recurso é uma oportunidade para que a justiça seja reposta e absolver o advogado Collaery. Espero que as acusações dirigidas na pessoa de Coallaery não venha a prejudicar os interesse da justiça e os laços de amizade que unem Timor-Leste e Austrália”, referiu. (ato)
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