DÍLI- A decisão da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) de implementar este ano letivo um sistema de desistência, que pode deixar cerca de 6 mil alunos finalistas do período de 2002 e 2010 que abandonaram os estudos há cinco ou mais anos sem vaga nesta instituição de ensino superior, está a dividir os alunos.
Letornino da Silva, que já desde 2013 não frequenta ativamente a universidade, mostra-se preocupado. Apesar de reconhecer que a implementação do sistema de desistência motiva os estudantes a finalizarem os estudos, afirma ser necessário verificar as circunstâncias que envolvem cada aluno.
“Estou preocupado com esta informação, pois há muitos estudantes do período de 2002 e 2010”, lembrou, na passada sexta-feira (10/01).
Embora tenha concluído a componente teórica em 2013, Letornino não se reinscreveu mais devido à falta de tempo, confirmando, no entanto, informações sobre a proposta de monografia.
Segundo Letornino, um dos fatores que leva os alunos a abandonar a universidade é o atendimento dos docentes, que, considera, desmotiva os estudantes a apresentarem as propostas de monografia aos orientadores nos departamentos ou nas faculdades.
Já Sisto dos Santos, finalista do Departamento de Ciências Governamentais, com a primeira matrícula de 2001, lembrou que os alunos da sua fase concordaram com este sistema e que a universidade é um espaço de aprendizagem.
“Já tínhamos pedido há dez anos este sistema para que [a nossa inscrição] fosse eliminada desta universidade, mas os nossos docentes e decanos continuaram a motivar-nos a finalizar os estudos”, recordou.
Manuel Fernandes, ex-estudante da UNTL, defende igualmente o sistema de desistência que será implementado por esta universidade.
“A instituição deve começar a tratar os alunos com seriedade. Se quiserem continuar os estudos, devem aproveitar esta oportunidade. É preciso compromisso para finalizar os estudos académicos”, afirmou.
Manuel Fernandes sustenta também que os estudantes não podem ficar permanentemente na universidade.
“Concordo com a política da universidade, porque chama a atenção dos seus alunos”, insistiu.
Segundo o ex-universitário, a esmagadora maioria destes estudantes abandonou os estudos por causa do trabalho e da falta de motivação para concluírem os cursos.
Recorde-se que o Pró-Reitor dos Assuntos Académicos da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), Miguel Maia dos Santos, tinha revelado, na quinta-feira (09/01), que a universidade implementaria este ano letivo um sistema de desistência, que denominou de “drop out”.
Segundo Miguel Maia dos Santos, a universidade já identificou cerca de 6 mil alunos, que entre 2002 e 2010, falharam mais de dez matrículas.
“Se estes estudantes dos anos de 2002 a 2010 continuarem a não se inscrever, a Pró-Reitoria dos Assuntos Académicos informará o Conselho de Gestão para que possa tomar medidas sobre esta questão”, adiantou.
De acordo com o pró-reitor, a universidade procederá à identificação faseada destes universitários para que se possa saber se foram transferidos para outra universidade, saíram do país ou faleceram.
Qualidade de ensino preocupa estudantes
Para Sisto dos Santos, a qualidade do ensino universitário é um problema, pois a conclusão dos estudos, nomeadamente da licenciatura, sem que sejam adquiridos conhecimentos “desrespeita a dignidade académica”.
“Isto é uma reflexão para a UNTL e para todas as universidades. Todos os anos, produzem muitos licenciados, mas eles próprios duvidam dos seus estudos e ficam com medo depois de terminarem. Isto é uma falha para as universidades”, criticou.
O finalista critica ainda os professores universitários, dizendo que estão preocupados apenas em fazer o mestrado e doutoramento e não se mostram comprometidos com o seu trabalho.
“Os docentes fazem apenas pesquisa da matéria no Google para imprimirem como referência, mas isto não é considerado ciência” afirmou.
Também Manuel Fernandes pediu à UNTL que melhorasse a qualidade do ensino, mas atribui também responsabilidades aos próprios alunos pela falta de iniciativa.
Para o ex-aluno da UNTL, os estudantes licenciados deveriam criar autoemprego e postos de trabalhos para outros. (Isa)
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