DÍLI (Timor Post) – O Presidente da Região Administrativa Especial Oé-Cusse e Ambeno (RAEOA), Arsénio Paixão Banco, disse que as autoridades da região estão a envidar todos os esforços para erradicar o trabalho infantil.
Segundo os dados da Comissão Nacional dos Direito das Crianças (CNDC), a maioria das crianças que é vista nas ruas de Díli a vender artigos é oriunda do enclave de Oé-Cusse.
“Infelizmente, Oé-Cusse ocupa o primeiro lugar quanto ao trabalho infantil. Para invertermos este cenário, que nos deixa a todos preocupados, estamos a trabalhar com afinco para pôr fim ao flagelo. Quero notar que compete, em primeiro lugar, aos pais não os abandonar, mandando-os para a escola. A autoridade não deve assumir a responsabilidade sempre que uma criança é abandonada pelos próprios pais”, disse Arsénio Bano aos jornalistas, na passada sexta-feira (19/11), após o encontro com o Primeiro-Ministro, Taur Manatan Ruak, no Palácio do Governo.
O responsável afirmou ainda que a autoridade se reuniu com os pais para que tomem consciência da gravidade da situação ao abandonarem os seus filhos. Os pais, segundo Arsénio, justificam o facto de os filhos faltarem às aulas devido à longa distância que separa a escola do seu local de residência.
“Durante a discussão, os pais alegam que a ausência dos filhos na escola se deve à distância entre local de residência e a escola. Alertámos os pais para o facto de serem eles os principais responsáveis por os filhos a trabalharem em Díli em atividades de negócio nas ruas”, frisou.
“Os pais em Oé-Cusse devem consciencializar-se sobre a gravidade da situação. Não devem abandonar os seus próprios filhos e obrigá-los a trabalharem para sustentarem a sua própria família”, concluiu. (jry)