Díli – O Tribunal Distrital de Díli (TDD) alterou, esta quarta-feira (10/12), a medida de coação de proibição de ausência para prisão preventiva do ex-padre norte-americano acusado de abusos sexuais de vários menores no enclave do Oé-Cusse.
O procurador Hernâni Rangel recordou que o Tribunal Distrital de Oé-Cusse tinha antes aplicado a medida de proibição de ausência, pelo que o arguido não poderia viajar sem autorização do Tribunal.
“O Tribunal Distrital de Oé-Cusse tinha antes aplicado a medida de proibição de ausência e o afastamento do local do crime, o que significava que não se podia manter no Oé-Cusse. Não cumpriu, contudo, as medidas de coação aplicadas”, lembrou o procurador.
Segundo Hernâni Rangel, depois de ouvir o arguido, o Tribunal aplicou imediatamente a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva.
“No processo de audição, o arguido confessou que tinha regressado ao Oé-Cusse sem autorização do Tribunal por não ter residência em Díli”, revelou.
Também o advogado Marcelino Marques Coro reconheceu que o seu cliente não cumpriu a decisão judicial.
“Na verdade, o arguido veio para Díli, mas as congregações de Díli e Maliana não permitiram que ali residisse. Decidiu, por isso, voltar ao Oé-Cusse, onde foi detido pela polícia”, revelou, acrescentando que a defesa recorrerá da medida de coação de prisão preventiva.
Recorde-se que o arguido é acusado do crime de abuso sexual de vários menores. O ex-padre norte-americano nasceu em Pittsburg e vivia em Timor-Leste desde 1966. Criou, em 1992, em Oé-Cusse, duas casas de abrigo de crianças.
O Núncio Apostólico do Vaticano em Timor-Leste, o Monsenhor Marco Sprizzi, anunciou na semana passada a expulsão do padre da Congregação da Doutrina da Fé (CDF). (jxy)