DÍLI- O Vice-chefe da Bancada do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) no Parlamento Nacional (PN), Patrocínio Fernandes, afirmou que os deputados da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN) votaram contra o Plano Estratégico do Desenvolvimento Nacional e o Programa apresentados pelo Governo da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP). Contudo, atualmente, em nome da viabilização do mesmo Executivo, a FRETILIN torna-se implementador daquilo a que se opunha antes.
“Questionamos a atitude da FRETILIN em relação à questão de viabilização do VIII Governo. Como pode isso acontecer, se uma vez os seus deputados votaram contra, mas pretendem viabilizar agora o programa? Os partidos KHUNTO e PLP manifestam satisfação pela viabilização levada a cabo pela FRETILIN. Afinal, o importante para os dois é apenas assegurar o seu poder”, disse Patrocínio, esta segunda-feira (23/11), aos jornalistas, no edifício do Parlamento Nacional.
O deputado referiu ainda que, de acordo com a avaliação do CNRT, o “ato inconstitucional” do Presidente da República, Francisco Guterres ‘Lú Olo’, tem sacrificado o povo e o desenvolvimento do país ao longo de nove meses.
Segundo o deputado, a política de mais de um ano do atual Executivo não está a beneficiar o povo, pois o país apenas vive do orçamento em duodécimos.
“Queremos saber qual a causa desta situação. Cabe ao Presidente da República avaliar a questão em causa. Por que é que o Chefe de Estado, conscientemente, violou a Constituição da República, sacrificando o povo e o desenvolvimento do país. Naquela altura, não tínhamos orçamento do Estado e enfrentámos a covid-19, que limita os nossos movimentos”, destacou o deputado.
Acrescentou ainda que, na perspetiva do CNRT, a atual situação foi provocada pela vontade política dos líderes que pretendem sacrificar a população para os seus interesses partidários.
“Neste ano, não há nenhuma política que beneficie o povo. O programa aprovado pelo anterior Governo, o qual envolveu o CNRT, já foi cortado pelos políticos, em especial pela Sua Excelência o Presidente da República. Assim, o Executivo não funciona em pleno nem pode cumprir os seus deveres constitucionais”, sublinhou.
Já o Chefe da Bancada da FRETILIN, o deputado Francisco Miranda Branco, disse que o dia 23 de novembro deste ano assinalou um ano do encontro dos três líderes da AMP em Singapura, que ocorreu pouco antes da sua queda.
“A coligação dos três foi destruída por eles próprios, causando, assim, uma situação de incerteza política, que não permitiu ao Governo desempenhar em pleno as suas funções. O período de viabilização da FRETILIN só tem quatro meses”, recordou.
Segundo Francisco Branco, o programa implementado pela AMP é semelhante ao de outras forças políticas durante as campanhas eleitorais.
“A meu ver, todos os partidos políticos demonstram o seu compromisso sobre os programas de educação, saúde, agricultura e infraestruturas durante as suas campanhas políticas. Houve algumas nuances entre o programa da AMP e o nosso. A FRETILIN decidiu, então, votar contra. Contudo, foi o CNRT que votou contra o seu próprio programa e orçamento. Qual foi o ato mais grave? O da FRETILIN, desempenhando as suas funções de partido da oposição, ou o do CNRT como bancada do Governo? Acho que a AMP criou um marco histórico e talvez algo que aconteceu pela primeira vez no mundo”, concluiu. (jry)
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