DÍLI – Fabião de Oliveira, deputado da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), disse que a construção da fábrica de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Beaço será mudada para Natarbora devido às elevadas indemnizações pedidas pela população.
Segundo Fabião de Oliveira, o “negociador principal”, Xanana Gusmão, decidiu já uma data para efetuar com os habitantes de Natarbora novas negociações, que terão decorrido este sábado.
“Também ouvi dizer que a construção não vai acontecer em Beaço. Será mudada para Natarbora”, disse o deputado da bancada da FRETILIN, em declarações aos jornalistas, na quinta-feira (05/12), no Parlamento Nacional.
Fabião de Oliveira recordou também que as razões pelas quais as populações de Beaço pediram indemnizações elevadas se devem às mudanças de local, onde não virão a ter acesso a água.
O deputado salientou também que, caso isto aconteça, todos os equipamentos da Autoridade Nacional de Petróleo e Minerais (ANPM) de Timor-Leste serão removidos e transportados para Natarbora, o que poderá colocar em causa atividades agrícolas e de pecuária.
FRETILIN com dúvidas sobre construção do gasoduto
O deputado da FRETILIN mostrou ainda dúvidas em relação à celeridade da construção de um gasoduto para Timor-Leste, porque, além de o processo desta construção necessitar de um estudo profundo, que poderá levar até cinco anos, também “não é uma coisa simples, que aconteça de hoje para amanhã”.
Fabião de Oliveira pediu igualmente ao Governo que elaborasse uma estimativa correta para o projeto.
“Temos recursos humanos ou não? E o dinheiro? Aonde o vamos buscar, caso retiremos todo o dinheiro do Fundo Petrolífero e a exploração só aconteça mais tarde?”, questionou.
O deputado lembrou, de igual modo, que a partir de 2022 não haverá receitas para o Estado dos campos petrolíferos de Bayu-Undam, cujo contrato terminará nesse ano.
“A bancada da FRETILIN apresenta, por isso, estas dúvidas, pois até ao momento o Executivo ainda não efetuou um estudo de viabilidade do projeto e [de questões como] se será uma empresa internacional ou a Timor Gap que tomará conta desta situação”, disse.
Fabião de Oliveira insistiu, deste modo, que o Governo pensasse em qual das áreas quer apostar, se na da agricultura ou do investimento, visto que o processo desta construção é demorado.
“Se o investimento no petróleo for mais rápido, é melhor. Caso contrário, o povo vai passar fome”, disse. Sugeriu ainda ao Executivo que investisse mais na produção de café, pois há sempre procura no mercado. (kyt)
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