DÍLI – O setor agrícola tem estado, nos últimos anos, paralisado devido aos danos nos sistemas de irrigação, disse na passada sexta-feira (02/10) o Vice-Diretor-Executivo da Associação dos Direitos Humanos (HAK, em indonésio), Sisto dos Santos.
“O Ministério do Turismo, Comércio e Indústria (MTCI) está dependente de produtos importados como o arroz por descurar o investimento na nossa própria agricultura”, disse Sisto dos Santos, em declarações aos jornalistas, após a participação na cerimónia do lançamento do livro, intitulado “História da Resistência do Povo Rotutu, Same”, no Centro Nacional Chega, em Balide.
O responsável sugeriu, por isso, que o Governo investisse nos produtos locais, contribuindo assim para a recuperação económica do país.
“Caso continuemos a depender dos produtos importados, não haverá recuperação da economia. Para garantir a sua evolução devemos investir nos produtos locais, nomeadamente no milho, arroz, batata, mandioca e feijão. As produções são suficientes, desde que as saibamos gerir”, afirmou, acrescentando que o assunto em causa constitui uma grande preocupação da HAK e dos agrónomos de Timor-Leste.
Sisto dos Santos mostrou-se ainda esperançado de que possam ser, em 2021, construídos sistemas de irrigação para multiplicar e diversificar os produtos, contribuindo, desta forma, para a redução da importação da Indonésia e do Vietname.
Segundo o responsável, é importante que os ministérios da Saúde e da Agricultura e Pescas incentivem a população a consumir produtos locais, dado que são orgânicos e nutritivos.
“Os timorenses devem também ter os seus próprios pratos tradicionais, identificando-os assim a nível das nações asiáticas. O milho, batata e mandioca sempre foram produtos dos nossos antepassados”, sublinhou.
De acordo com o vice-diretor-executivo, o Governo deve lembrar-se da independência do país.
“Timor-Leste já se tornou independente. Será que não nos sentimos envergonhados em consumir produtos de outros países? É a mesma coisa que ter uma casa de luxo, mas sem cozinha. Apesar de termos hortas, continuamos a recorrer às dos vizinhos”, lamentou.
Fez, como tal, um apelo à comissão que trata dos assuntos de agricultura que alocasse orçamento para o setor agrícola por considerar que os agricultores são os alicerces da independência do país. Caso contrário, “Timor-Leste continua a melhorar a vida de outros e não dos seus próprios cidadãos”. (mj1)
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