DÍLI- Saíram, esta segunda-feira (06/04), 164 pessoas que estavam em quarentena obrigatória nos hotéis Novo Horizonte e Audian, uma medida implementada pelo Governo para combater o coronavírus no país.
“Estas pessoas já completaram os 14 dias [de quarentena]. Iniciaram no dia 22 de março e terminaram ontem [domingo]. Por isso, voltam hoje às suas famílias. São 164, entre elas 66 do Hotel Audian e 98 do Novo Horizonte”, disse a Diretora-Geral de Serviços de Prestação da Saúde, Odete Viegas, no Hotel Novo Horizonte.
Segundo a diretora, a esmagadora maioria destes cidadãos reside em Díli, registando-se apenas 41 pessoas dos municípios.
“Os que já passaram os 14 dias têm direito a obter certificados, pois este é considerado o período de incubação. Esperamos que, mesmo que se desloquem para cada município, se mantenham em contacto com os profissionais de saúde, sobretudo os serviços de vigilância, para que, se tiverem alguns sintomas, possamos dar automaticamente assistência”, afirmou.
A diretora avançou que mais pessoas sairão da quarentena na próxima quarta-feira.
“Quero informar que, neste momento, os municípios começam a implementar a quarentena, sobretudo o de Manatuto, que iniciou ontem à noite”, revelou.
Odete Viegas pediu a todo os que estão em quarentena que continuassem a cumprir e praticar as medidas de prevenção para proteger a saúde, família e comunidade.
“Poderão sair de casa, se necessitarem, mas, se não precisarem, é melhor ficarem em casa para combater o Covid-19 no país”, aconselhou.
Também o Vice-Ministro e Ministro em exercício da Administração Estatal, Abílio José Caetano, referiu a importância da quarentena para combater o Covid-19.
“Sabemos que a pandemia surgiu devido a casos importados de pessoas que vieram de outros países afetados”, disse o governante.
Abílio José Caetano contou ainda que uma freira timorense na Espanha pediu ao Governo de Timor-Leste que bloqueasse os portos, aeroportos e fronteiras terrestres para prevenir a entrada do coronavírus no país.
Pessoas em quarentena satisfeitas com trabalho do Governo
“Durante 14 dias, estivemos em quarentena. O pessoal do hotel tratou-nos bem e com dignidade, apesar de não sermos nós a pagar. O Estado é que suportou as despesas. Queremos agradecer o tratamento”, disse João da Silva Lopes, um dos jovens em quarentena.
João lembrou, contudo, que, no primeiro dia, houve problemas com a alimentação.
“No primeiro dia, havia comida, mas não era muito saudável, porque faltava higiene. Por isso, não ficámos satisfeitos e protestámos junto do ministério competente. Após a substituição da empresa [que fornecia refeições], tudo correu bem ao longo dos 14 dias”, relembrou.
O jovem reconheceu também a importância da quarentena para prevenir o contágio do coronavírus nas famílias.
“Entrei voluntariamente em quarentena. Vim das fronteiras, não do aeroporto. Vim com um colega meu. Todos voltaram diretamente para as suas residências, mas nós não quisemos. Vim de um país afetado, as Filipinas, mais especificamente de Manila, e estive também uma semana em Bandung, na Indonésia, uma cidade também afetada. Decidimos, por isso, entrar em quarentena, pois não quisemos pôr a família em risco”, insistiu.
O jovem mostrou-se satisfeito com o Estado timorense, pois considera que, apesar da falta de equipamentos, está a realizar um bom trabalho no combate ao Covid-19. (isa)
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