Díli (Timor Post) – Mais de 30% da população timorense adulta não sabe ler nem escrever, segundo os dados de uma pesquisa de 2018 levada a cabo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, em inglês).
A agência da ONU indica que o total de analfabetos naquele ano atingiu os 404.872, o equivalente a 31,9% de um total de 1.268 milhões de habitantes.
“O problema do analfabetismo mantém-se no pais, porque os dados da pesquisa da UNESCO referentes ao ano de 2018 mostram que mais de 30% dos cidadãos não sabem ler nem escrever”, revelou o Ministro da Educação, Juventude e Desporto (MEJD), Armindo Maia, aos jornalistas, esta segunda-feira (06/12), no seu local de trabalho, em Vila-Verde.
O governante reconheceu o problema dos níveis baixos de literacia em Timor-Leste. Para erradicar de vez o analfabetismo, o Governo necessita de trabalhar em parceria com os diversos parceiros de desenvolvimento.
“A percentagem de analfabetos é preocupante. Precisamos, pois, de cooperar com as agências internacionais para erradicar o analfabetismo até 2030”, referiu.
Na mesma linha, o Ministro da Administração Estatal (MAE), Miguel Pereira de Carvalho, afirmou que o seu ministério está disponível para trabalhar conjuntamente com o MEJD e parceiros de desenvolvimento com o objetivo central de serem adotadas medidas concretas que visam a erradicação do analfabetismo em Timor-Leste.
De acordo com o executivo, o MAE recebeu, entretanto, instruções para avançar com a criação de um programa que visa combater o analfabetismo bem presente em vários municípios. Miguel Carvalho fez ainda saber que o ministério aloca anualmente verbas destinadas ao programa de erradicação do analfabetismo em todo o território.
“Estão previstos cerca de 300 mil dólares americanos do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2022, para o programa da erradicação do analfabetismo. Parte dessa verba, será canalizada para contratar formadores”, anunciou.
Já o coordenador da Organização não Governamental de Coligação para a Educação em Timor-Leste (TLCE, em inglês), José Monteiro, referiu que o programa da erradicação do analfabetismo tinha já sido implementado, mas acabaria por não ter continuidade.
“Os dados da UNESCO revelam uma taxa elevada de analfabetos timorenses. Por isso, o MEJD deve dar particular enfoque à questão de forma a reduzir o número de pessoas que não sabem ler nem escrever”, referiu.
Ainda no que se refere ao estudo da agência da ONU, José Monteiro referiu que os jovens com idade inferior a 17 anos sabem ler nem escrever, ao contrário do que se sucede com a faixa etária acima dos 50 anos, na qual se regista uma taxa significativa de analfabetos.
“Dos mais de 30% que não sabem ler nem escrever, constam as pessoas com mais de 50 anos segundo os dados divulgados pela UNESCO. Deste modo, a TLCE pede à Direção do Ensino Recorrente do MEJD que alargue o programa do combate ao analfabetismo, estendendo-se até aos sucos”, concluiu. (ono)
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