DÍLI (Timor Post)—Os vendedores de roupa em segunda mão (obralan/OB, em indonésio) da capital lamentam a perda de rendimentos diários causada pelo fecho obrigatório de lojas e atividades comerciais sem bens de primeira necessidade.
Recorde-se que o Governo decidiu aplicar o confinamento domiciliário obrigatório em Díli, desde a passada sexta-feira, 27 de agosto, devido ao aumento de casos da covid-19 e da variante Delta.
A vendedora Hilária de Jesus mostra-se preocupada com a situação causada pela pandemia, a qual, segundo ela, é diferente de outros países, onde inúmeras pessoas perdem diariamente a vida.
“Sinto-me preocupada com a situação atual. Será que a pandemia existe ou não neste país? Não enfrentamos a realidade de outras nações”, disse Hilária, esta segunda-feira (30/08), ao diário Timor Post, na sua residência, em Kampung Baru, Díli.
“Perdemos os nossos rendimentos durante três ou quatro meses, na aplicação do passado confinamento obrigatório. A nossa vida depende apenas do negócio. Não temos nada para comer”, afirmou.
Segundo a vendedora, o seu rendimento diário no ano passado era de aproximadamente $100 dólares americanos. Contudo, durante a cerca sanitária, sobretudo no confinamento obrigatório, o seu rendimento caiu para 10 a 25 dólares por dia.
Também o vendedor Domingos da Costa considera que o Estado timorense pretende “castigar o povo com esta situação difícil”.
“O Governo deseja que o povo morra de fome ou pretende matá-lo. Pelo menos, podia deixar-nos continuar com as nossas atividades, mantendo o cumprimento do protocolo de saúde. Nós não queremos pedir esmolas a ninguém. Antes de a Delta nos matar, já teremos morrido de fome. Espero que não haja extensão do confinamento obrigatório para podermos trabalhar para a nossa sobrevivência”, frisou. (jho)
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