DÍLI- André Monteiro, cardiologista do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), acusou o Ministério da Saúde (MS) de “falta de seriedade na construção do Centro de Cardiologia do HNGV” por considerar que esta unidade não cumpre os requisitos mínimos.
“Este espaço serve apenas para consulta geral. Não preenche os critérios de um centro de tratamento cardiovascular. Não envolveram os cardiologistas na sua construção e nem pediram a nossa opinião”, criticou esta quarta-feira (24/02), no HNGV.
O médico afirmou que, além de não terem consultado os especialistas, o centro só poderá proceder ao diagnóstico, obrigando os doentes a tratamento no estrangeiro.
Lembra também que a instalação dos equipamentos implica a vinda de recursos humanos do estrangeiro.
“O plano de construir o centro de cardiologia no Hospital Nacional Guido Valadares não é recente. Foi uma boa ideia. O mais importante são os recursos humanos e equipamentos. Já possuímos quatro cardiologistas neste hospital, dois timorenses, um chinês e um cubano”, disse.
O médico recordou ainda que alguns países querem apoiar gratuitamente Timor-Leste na melhoria de competências na área dos cuidados de saúde ligados à cardiologia.
Questionado sobre as críticas do cardiologista relativas ao novo centro, o Vice-Ministro da Saúde, Bonifácio Maukoli dos Reis, reconhece que atualmente esta unidade só pode fazer diagnóstico, mas prevê-se que em 2029 sejam feitas cirurgias.
O governante recordou também que o ministério assinou um contrato com a Iheal Medical Centre da Malásia para a instalação dos equipamentos do centro.
“Queremos que este centro médico traga os especialistas para a instalação dos equipamentos da primeira fase. Estamos também a negociar a aquisição de outros equipamentos para uma segunda etapa. De acordo com o nosso contrato, em 2029, serão realizadas cirurgias”, disse.
Segundo o vice-ministro, os médicos timorenses poderão praticar junto dos cardiologistas estrangeiros.
“É melhor chamarmos especialistas estrangeiros para darem formação aos nossos cardiologistas e, assim, evitarmos enviar os pacientes para o estrangeiro”, sustentou.
“Os médicos que temos agora ainda não podem fazer cirurgias, apenas diagnóstico, porque lhes falta o curso de subespecialidade. Devemos, então, trazer mesmo estes especialistas”, acrescentou. (isa)
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